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Drible o ciúme e aceite o namoro da sua filha

Defendida por muita gente ao longo dos anos, a máxima de que, dentre os filhos, as meninas são sempre o xodó do papai já foi comprovada por diversas famílias. Superprotetores e bastante apegados à prole, os patriarcas dos mais variados estilos são surpreendidos pelo implacável sentimento do ciúme que tende a se manifestar quando as filhas crescem e descobrem o amor.


Resistindo à ideia de que a adolescente de casa já não é mais a criança de antes, muitos pais costumam interferir e botar empecilhos na rotina amorosa da jovem, chegando até mesmo a dar um ponto final no relacionamento da garota, em casos extremos. Isso ocorre, principalmente, porque os homens conhecem bem os desejos e necessidades do mundo masculino e temem pela forma como suas herdeiras lidarão com ele.


“Esse ciúme pode ser traduzido pelo medo de perder a filha, ou mesmo por um sentimento de posse sobre ela”, explica Miriam Barros, psicóloga clínica e especialista em terapia familiar.


Comum à maioria dos lares brasileiros, a reação do pai conservador ao descobrir o genro, geralmente, não é boa e pode ser ainda pior dependendo da idade da menina. “Quanto mais nova, mais intensa será a reação do pai. Meninas de 12 ou 13 anos, por exemplo, ainda são ingênuas em relação à sexualidade, o que requer muita orientação”, diz a especialista.


Embora, num primeiro momento, o chefe de família ciumento possa ser visto como vilão dentro de casa, vale a pena lembrar que, tanto o pai quanto a mãe, não desejam que sua filha tenha relações sexuais precocemente como uma forma de evitar que tais experiências acarretem em traumas e consequências indesejadas, como uma possível gravidez.


“O namoro deve ser proibido pelo pai somente em casos extremos, nos quais a menina corra algum tipo de risco. Além disso, é importante ressaltar que proibir é perigoso, pois quanto mais as coisas são restritas na adolescência, mais elas se tornam importantes e desafiadores para as jovens”, alerta Miriam.


Controlando o ciúme


Para que pai e filha não vivam em pé de guerra, existem algumas dicas que podem ajudar o progenitor a superar o desafio de educar sem brecar o desenvolvimento natural de sua herdeira. Nesta hora, é preciso ter consciência de que a adolescente está em fase de experimentação e que cabe a ele adotar algumas mudanças de pensamentos e atitudes para agir de forma eficaz perante as demandas emocionais da garota.


“O pai vai precisar ter em mente que os namoros farão parte da vida de sua filha de qualquer maneira, caso ele aceite ou não. Dar abertura para ela e conversar sobre o assunto são medidas que enriquecem a relação paternal e o ajuda a protegê-la de possíveis situações abusivas provocadas pelo namorado”, indica Miriam.


Mesmo fortalecendo o diálogo e encorajando a prole a fazer as escolhas certas no relacionamento, o pai pode ter, ainda, alguns “ataques de ciúme”. Para esses casos, é preciso ter autocontrole. “Se imaginar no lugar da filha pode ajudar a compreender melhor a situação dela e, então, repensar sua postura”, aconselha.

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