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Minha Saúde Online – Aprender a dizer não e colocar limites

O objetivo deste artigo não é estimular as pessoas a serem egoístas, mas sim falar de um problema que afeta grande parte de pessoas que vão buscar ajuda. Eles chegam se sentindo sobrecarregados, estressados, deprimidos ou com dores diversas no corpo, mas não conseguem identificar o que os deixa assim.


Essas pessoas são o oposto do que chamamos de egoístas, ao contrário, são altruístas ao extremo. Elas se dedicam tanto aos outros que deixam a própria vida de lado, tendo muita dificuldade de dizer não e impor limites.


Isso se torna tão patológico que elas ficam dependentes do estado emocional daqueles que a cercam. Se as pessoas com quem convivem estão satisfeitas e felizes, elas ficam bem, mas se alguém tem qualquer problema, se mostra raivoso, mau humorado ou infeliz, elas fazem tudo que estiver ao seu alcance para fazer com que o outro se sinta bem novamente.


Embora, a primeira vista isso não pareça um problema, se trata de um distúrbio psicológico chamado de codependência.


Normalmente as pessoas que apresentam esse distúrbio tem uma compreensão ilimitada com os atitudes e defeitos dos outros, se sentindo no dever de satisfazer as suas necessidades o tempo todo. Elas facilitam tanto a vida de quem está a sua volta, que ao invés de ajudá-las efetivamente, as mantém num sub funcionamento, promovendo a permanência ao seu redor de uma porção de pessoas folgadas, acomodadas ou abusivas.


Durante muito tempo, o termo codependência estava ligado apenas ao comportamento dos familiares de dependentes químicos, mas atualmente ele é utilizado também para as pessoas que convivem com alguém que apresente algum problema crÿnico de ordem psicológica, psiquiátrica ou física, e que deixam as suas vidas serem afetadas ao ponto de adoecerem emocionalmente.


Como a maioria dos comportamentos que mantemos nos trazem algum benefício secundário, nesse caso, o maior deles é que as pessoas que agem dessa forma, acreditam que serão mais amadas, admiradas ou aceitas se nunca decepcionarem os outros, se estiverem disponíveis sempre, e nunca criarem conflitos. Porém, isso é uma falsa crença, pois não se consegue amor e a aceitação dessa forma. O máximo que conseguirão é ficar com uma sobrecarga enorme de problemas para resolver e um grande sofrimento por sentirem que não são reconhecidas e respeitadas.


Sentimentos como raiva, mágoa e sensação de injustiça são os que mais aparecem quando essas pessoas começam a falar do seu sofrimento no consultório.


Portanto, vão aí algumas dicas para as pessoas que enfrentam essa dificuldade.


Quando alguém lhe pedir algo, pare e pense, não responda na mesma hora. Pois se você tem a tendência a não dizer não, é bem provável que assuma algum compromisso ou responsabilidade, antes de avaliar se poderá mesmo cumprir.


Não se responsabilize por problemas que são dos outros. Muitas vezes você está impedindo que as pessoas que convivem com você não se desenvolvam e aprendam a fazer as próprias coisas.


Exponha os seus sentimentos quando se sentir abusada, magoada, triste, com raiva ou se sentindo injustiçada. Não tenha medo de decepcionar o outro. Quem gosta de você de verdade irá conseguir entendê-lo.


Transformar um padrão de funcionamento que já está tão arraigado, não é fácil, especialmente porque as pessoas apresentam muita resistência a reconhecer que funcionam desta forma e que estão sendo prejudicadas por isso. Elas acreditam que perderão um lugar de importância, de quem é amada e admirada, caso transformem esse jeito de se relacionar com os outros.


Por isso, muitas pessoas precisam de ajuda profissional para conseguirem se transformar e encontrar uma forma mais saudável de viver, amar e ser amada.

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