Cada pessoa vive a separação conjugal de uma forma diferente.
Alguns vivem esse momento com muita dor e sofrimento enquanto outros experimentam alívio e sensação de liberdade. Isso depende das circunstancias que acontecem o rompimento.
As situações de infidelidade são as responsáveis pelo rompimento da maior parte dos casamentos atualmente. Para algumas pessoas isso pode representar uma situação de trauma psicológico, tornando o pós- separação muito mais difícil de ser enfrentado. Alguns homens e mulheres correm o risco de ficar aprisionados ao passado e entrarem em quadros de depressão ou mesmo apresentarem sintomas de stress pós-traumático nesse momento.
A sensação de traição, que muitos relatam sentir, não é apenas em relação a entrada de uma terceira pessoa, mas sim em relação a quebra da confiança e do compromisso de parceria na construção de uma família, de sonhos e de objetivos para o futuro. É como se perceber só, numa viagem que foi combinada a dois.
O processo de separação se enquadra perfeitamente na experiência do luto. Só que um luto mais complexo, pois se tem que enterrar alguém que está vivo e que continua a existir com uma vida da qual não se faz mais parte. Nos casos onde existem filhos isso é mais complicado ainda, pois o contato com o outro precisa continuar acontecendo, afinal, os filhos precisam ser cuidados por ambos.
Alguns autores afirmam existir cinco fases durante o processo de luto por morte. Essas fases acontecem de forma muito parecida no luto que se segue após o divórcio, com pequenas diferenças.
Negação – ocorre uma tentativa de não aceitar o que está acontecendo e tentar encontrar formas de mudar a realidade a qualquer custo. A pessoa faz de conta que nada mudou.
Confusão e revolta – é um momento onde os sentimentos ficam misturados e a sensação é de não conseguir compreender o que aconteceu. Sentimentos de vingança, amor , ódio, saudades... aparecem e desaparecem o tempo todo. A qualquer novo acontecimento em relação a separação esses sentimentos retornam.
Racionalização – é uma fase onde gasta-se o tempo e as conversas tentando compreender o que aconteceu e arranjando explicações coerentes para si mesmo e para os outros.
Depressão – é o momento onde a pessoa se dá conta que o relacionamento acabou e que não tem volta. Ela perde as esperanças e experimenta um sofrimento profundo. Muitos deprimem realmente ao se dar conta disso.
Aceitação – essa é a última fase do luto e infelizmente nem todas as pessoas conseguem chegar , pois muitas ficam presas na tristeza, na confusão ou na racionalização. Esse é um momento onde finalmente o passado fica para trás. Os sentimentos de raiva, mágoa ou tristeza já não aparecem mais.
Apesar de estarem descritas nessa ordem , as fases do luto, especialmente nos casos de separação, não acontecem exatamente nessa sequência, algumas pessoas vivem a negação e a revolta sem experimentar tanta confusão.
Outras entram na negação e vão direto para racionalização e só depois para a revolta.
O grande perigo tanto para homens como para mulheres é ficarem presos nessas fases, sem chegarem a aceitação, e passarem a vida amarrados a um passado que não existe mais.
Para que isso não aconteça e por ser um momento de extrema fragilidade a ajuda de familiares, amigos e profissionais é fundamental.
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