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Guardar mágoas traz prejuízos à saúde de nosso corpo

Perdoar evita o estresse e economiza nossas energias


Quando alguém nos desaponta, nos fere, quando perdemos algo importante ou sofremos alguma injustiça, a raiva e a indignação são sentimentos normais, mas o problema é quando esses sentimentos se transformam em mágoa e amargura.


No livro "O Poder do Perdão" , o psiquiatra americano Fred Luskin, apresenta a sua experiência e estudos sobre esse tema. Ele demonstra que o processo de perdoar pode ser treinado e desenvolvido.


Ele utiliza a metáfora de um aeroporto, que está com o tráfego aéreo congestionado, para explicar como fica a mente de uma pessoa, sobrecarregada pelas mágoas. Cada avião que está no ar é comparado a uma mágoa, que enquanto não pousa, fica exigindo energia e exaurindo os seus recursos.


Quando guardamos mágoas, o nosso cérebro produz substâncias químicas e hormônios ligadas ao estresse, que limitam as nossas ações e prejudicam nosso bem-estar

Quando guardamos uma mágoa e pensamos na dor que sofremos, o cérebro reage como se estivéssemos em perigo naquele momento. Ele produz substâncias químicas ligadas ao stress, que limitam as nossas ações. A parte pensante do cérebro fica limitada, é quando agimos sem pensar para nos livrarmos da sensação de perigo.


Portanto, a mágoa consome muita energia, pois cada vez que contamos o que aconteceu, os mesmos sentimentos são desencadeados.


O cérebro não sabe distinguir se aquela traição ou agressão aconteceu agora ou há 3 anos atrás.


Assim como escolhemos o canal de TV que queremos assistir, também podemos aprender a escolher qual o “canal” que estará passando na nossa mente. Podemos escolher pensar no quanto fomos vítimas , o quanto fomos machucados, e com isso perpetuar o nosso sofrimento ou podemos escolher pensar no quanto fomos fortes para sobreviver ao que aconteceu e mudar o nosso foco.


Não significa que devamos passar por cima da tristeza, da dor e da raiva que sentimos, mas precisamos aprender que existe um tempo para esses sentimentos.


Uma forma de mudarmos o “canal “ da nossa mente é pensar em como podemos mudar a história da nossa dor.


Qual a história que contamos para nós mesmos sobre o que nos aconteceu?


Relembrar o fato, falar disso inúmeras vezes, ficar no lugar de “vítimas” dentro da história que contamos, nos dá a sensação de que o sofrimento que passamos não será esquecido e que se e abandonarmos esse lugar, quem nos fez sofrer ficará liberado de pagar pelo que fez.


Mas, conservar a mágoa nos mantém ligados de forma ineficaz a pessoa que nos fez sofrer.


O outro provavelmente não está sofrendo, nem mais e nem menos, só porque mantemos a mágoa dentro de nós.


Cada vez que contamos a história da nossa dor, ressaltando o quanto fomos vitimas daquela pessoa e enfatizando o quanto ela foi cruel conosco, continuamos dando poder a ela. Ficamos presos num papel que não deveria ser mais o nosso.


Precisamos ultrapassar esse momento, precisamos nos curar.


Que tal parar um pouco e reformular a história da nossa dor? Sem forçar acontecimentos ou inocentar ninguém, mas colocando um foco nas nossas atitudes, no que fizemos e podemos fazer de construtivo diante do que aconteceu.

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