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Como deve ser a vida social dos pais depois que o bebê nasce

Sexta-feira à noite, um casal sem filhos decide ir ao cinema e em seguida engatar um jantar naquele jantar romântico. Um banho, roupas, sapatos, perfumes e pronto! Já podem sair. Tudo muito simples e rápido. Quando chegam os filhos, a vida a três (a quatro, a cinco...) ganha uma complexidade saborosa e, bem verdade, trabalhosa.


De um lado, os especialistas são unânimes em afirmar que é preciso cuidar da vida social, tanto da do próprio casal quanto com os amigos. "Isso é muito importante para que a relação se solidifique e os parceiros se mantenham saudáveis e realizados emocionalmente", diz a psicóloga Susi Andrade, Ou seja, socializar contribui para oxigenar a relação e abrir espaço para novas conversas e brincadeiras, além de diminuir a irritação, as cobranças e o desgaste impostos pela rotina.


De outro lado, não há dúvidas de que a prioridade dos pais deve ser cuidar das necessidades dos novos membros da família, o que exige adaptações. No início, tal modificação significa dar um tempo nas saídas, enquanto os casais voltam toda a atenção aos recém-nascidos e criam uma rotina de amamentação, sono e higiene para o bebê e para eles próprios. "No primeiro mês, pais e filhos se adaptam uns aos outros. É um momento importante para a família. Não existe a necessidade de isolamento, mas de uma adaptação responsável", explica o pediatra Ricardo Halpern.


Menos saídas e mais visitas


Os contatos sociais mais comuns para quem tem recém-nascidos são as visitas. Afinal, todos querem celebrar e conhecer a fofura da casa. Já na maternidade, parentes e amigos começam a lotar a agenda dos casais e dos bebês, o que segue acontecendo quando as famílias chegam em casa. Esse tipo de compromisso social é inevitável, mas pede cuidados.


O ideal é combinar previamente um horário e uma duração que não interfiram na amamentação, que deve ser feita em um ambiente tranquilo, sem grandes agitações ou movimentos.


No período conhecido como puerpério - cerca de 40 dias após o nascimento -, convites para aniversários, casamentos, formaturas e confraternizações em geral ficam em segundo plano. Ainda não é tempo de deixar os pequenos aos cuidados de terceiros por períodos mais longos nem de levá-los a compromissos sociais. As mães, em especial, precisam sair um pouco de casa. Mas o melhor é optar por passeios junto com os bebês, em locais abertos, como praças perto de casa, sob o sol do início da manhã ou do final da tarde.


Hora de retomar os passeios


Conforme os bebês crescem, os pais podem e devem planejar saídas. Em meio aos cuidados e à atenção com os pequenos, é comum esquecer os programas a dois e com os amigos - sejam juntos ou cada qual com a sua turma. "Mas, com alguma reorganização, esses passeios são viáveis e saudáveis", diz Miriam Barros, psicóloga e terapeuta de casais e família, em São Paulo.


Uma vez por semana ou quinzenalmente, com a ajuda de avós, tios, padrinhos ou babás, vale retomar aquela happy hour com os amigos ou o jantarzinho a dois - ainda que isso signifique dormir uma ou duas horas a menos, o esforço valerá a pena.


Autonomia e flexibilidade


À medida que as crianças crescem e se tornam mais autônomas em termos de alimentação, sono e higiene, a vida social ganha novos impulsos. Primeiro, porque os pais conseguem agendar compromissos a dois e com os amigos com mais facilidade - já é bem menos complexo pedir aos avós que passem algumas horas com os netos, por exemplo. E segundo porque os filhos dão os primeiros passos em termos de sociabilidade, com aniversários, passeios, eventos na escola e idas à casa de amigos, primos e vizinhos.


"Os pais manterem uma agenda social própria, ainda que com restrições quando os filhos são pequenos, colaborará para que, mais tarde, não caiam na famosa síndrome do ninho vazio", diz a psicóloga Miriam Barros. Embora os passeios sejam recomendados, vale lembrar que isso não é regra. O casal pode se descobrir mais caseiro e ficar bem sem precisar sair de casa.

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